Bruna Weasley says goodbye to Harry... (I don't wanna be a muggle!)
É amanhã. O mundo está respirando Harry Potter. Vocês estão sentindo o cheiro de magia no ar?
Fiz em 3 dias e meio uma releitura voraz e dinâmica do Half-Blood Prince, terminei ontem, segurando o choro em pleno shopping. A verdade é que só penso nisso: Deathly Hallows. Esta semana foi um mantra de contagem regressiva. Olhei as pessoas na rua me perguntando se elas também estavam, como eu, esperando, contando, ansiosas. Se sentiram frio na barriga. Nas duas vezes em que fui ver o filme The Order of the Phoenix me perguntei se aquelas pessoas estava ali por diversão ou por aquela necessidade febril que eu sinto de ver com os olhos o que já imaginei tantas vezes. Se aquelas pessoas choraram, se vão sentir saudades, se viram The Order of the Phoenix com o coração apertadinho em Deathly Hallows, como eu.
Então, por não ter outro assunto na cabeça, estou obrigada a vagar tristemente pela Internet procurando notícias, evitando spoilers mas andando sempre perigosamente perto deles, como uma acrofóbica que tem vontade de andar de ultraleve (eu mesma). Andando pelo Beco Diagonal, ao menos pra me sentir entre meus iguais. E listando as pendências mentalmente pra que não falte nada:
1) Voldemort vai morrer, ok? Alguém duvida? Espero que morra mesmo, porque se ficar aquela dúvida... ai ai ai...
2) Harry vai morrer? Espero que não, sinceramente, mas acho muito possível que morra. Tudo bem, em princípio não vou ficar brava com Rowling por causa disso.
3) Achar e destruir quatro Horcruxes: medalhão de Salazar Slytherin, cálice de Helga Hufflepuff, Nagini e mais uma relíquia de Rowena Ravenclaw ou de Godric Gryffindor.
4) Hermione & Ron. Ô, meu deus, que demora...
5) Snape. Eu ainda acredito no Snape, ou melhor, eu não consigo aceitar que o Harry estivesse certo desde o princípio e Dumbledore errado. Então: por que afinal Dumbledore confiava no Snape?
Depois de conviver intensamente com esses personagens e viver um pouco em seu mundo por sete anos (equivalente exato a uma vida letiva em Hogwarts), preparo-me para a despedida, cheia de penas. Sei que não vai ser definitiva, sempre fui muito adepta de releitura (já reli todos os livros do Harry, alguns deles bem mais de uma vez), mas, como disse o Stephen King em seu artigo maravilhoso sobre o fim da série (linkado abaixo), eles vão lá, viver a vida deles, e eu não vou mais saber o que eles andam fazendo. Já disse algumas vezes que a espera ansiosa por cada livro me criou a firme impressão de que Rowling era uma espécie de mensageira entre os dois mundos, a pessoa que me trazia o relato do que estava acontecendo na vida do Harry. Ela era a privilegiada que tinha acesso à vida dele, e eu confiava em cada palavra do que ela me contava. Acho que ela vai continuar sabendo o que se passa com todos os personagens, vocês não acham? Mas talvez não queira mais nos contar, talvez queira guardá-los só pra ela... É direito dela. Que podemos fazer?
Fan fics (risos), com certeza. Podemos, e muitas surgirão. Prevejo finais alternativos e continuações em profusão para os próximos anos. Nem mesmo duvido que algum especialmente bom possa chegar a ser publicado. Quem sabe?
É assim que vamos nos apossar cada vez mais de Harry Potter. Coube a J.K. Rowling apresentá-lo a nós, mas agora ele também é um pouco nosso. Bom, teu eu não sei, mas sei que meu ele é! (Sim, e o meu tem a carinha do Daniel Radcliffe, como negar?)
A gente sabe que ler nunca é satisfatório, dá vontade de viver aquilo, de ser um deles, ou de estar entre eles. Mas, curiosamente, não há nada, nenhum outro artifício possível, mesmo que mais avançado, mesmo que use mais sentidos, que nos leve mais perto desse viver-ser-estar do que ler. Todos os outros produtos provenientes dos livros, como os filmes, por exemplo, nenhum deles tem o poder de nos levar tão dentro do mundo quanto o livro, quanto as palavras dessa mulher. Não quero ser J.K. Rowling, não quero ser nenhum dos personagens (é, eu não quero mesmo, mas que eu queria ser "Bruna Weasley", isso eu queria muito). Só queria, talvez, que não acabasse.
Mas, novamente parafraseando Stephen King, tem que haver um fim. Porque tem que haver e pronto. (E já pensaram na vida de Rowling? Ninguém ia merecer. Ela nem mesmo teria o direito de morrer! Elixir já!) E, ao mesmo tempo, nenhum fim será suficientemente bom para agradar a todos. Simplesmente porque é o fim, e ninguém queria que acabasse. Eu não queria.
Boa leitura, meus amigos.
P.S.: Acrescentem pendências à minha lista, por favor. tenho certeza de que esqueci várias...
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